SER MULHER NEGRA
Ser mulher negra não é ser morena escura,
moreninha,
escurinha ou mulata.
Ser negra é ser NEGRA.
Ser mulher negra é ter que lutar
para não ter seus direitos inviabilizados,
lutar por cidadania.
Ser mulher negra é assistir propagandas
e não se ver representada.
Ser negra é ter suas referências ocultadas
pela História
pela cultura de massa.
E, por isso, ouvir desde criança:
“seu cabelo é ruim,
seu nariz é feio,
sua pele é escura demais.”
Ser mulher negra
É conhecer a rejeição, superá-la sozinha
E, a partir daí, afirmar
- meu cabelo é bom
meu nariz é lindo
e a minha pele é escura o suficiente
Afinal, racistas falam tanta bobagem...
Ser mulher negra é
ter seu corpo hipersexualizado e erotizado:
“A cor do pecado serve à satisfação do falo
B R A N C O
E não é apropriada para relacionamentos duradouros e compromissados”
Ser mulher negra é buscar igualdade
numa sociedade edificada
a partir de anos de exploração dos escravos africanos e seus descendentes.
Ser mulher negra é sentir na pele.
É identificar-se nas pesquisas:
temos os menores salários e somos maioria entre as que sofrem violência doméstica.
Como é doloroso e constrangedor o racismo institucional!
Ser mulher negra é tornar-se negra, é tomar consciência dessa negritude.
Saber que nem todos os feminismos falam sobre nós ou para nós e, por isso, ter que gritar o quanto for possível, para que não nos silencie, até dentro dos espaços de organização da luta feminista. Entender que o movimento deve combater a opressão racial, porque NÓS não seremos livres enquanto existir racismo.
Ser mulher negra é olhar para trás e ver Dandara, Tereza de Benguela e Anastácia: guerreiras combatentes na luta contra a escravidão.
É ter orgulho da sua ancestralidade.
Ser mulher negra é reverenciar o dia 25 de julho, o nosso dia.
domingo, 27 de julho de 2014
sábado, 19 de julho de 2014
domingo, 13 de julho de 2014
Queridxs Seguidorxs,
As atividades da nova página do Coletivo de Mulheres da UFRJ têm início com um esclarecimento. Nossa antiga página foi removida do Facebook há pouco mais de um mês, devido a sucessivas denúncias de "apologia à nudez e à pornografia", referentes à publicação de imagens de seios femininos em dois álbuns chamados "Marcas da Cesárea" e "Uncovered".
Ambos abrigavam imagens de ensaios fotográficos feitos para sensibilizar nosso olhar em relação ao corpo feminino, à diversidade de formas que ele pode ter, a todo tabu que o cerca, à desnaturalização de um suposto padrão que nos tentam impor, às restrições que nosso corpo sofre devido à sua objetificação.
O primeiro álbum tratava-se de um ensaio em que mulheres que passaram pela experiência da maternidade, mostravam seus corpos, marcados por essa vivência. Muitas de nós mulheres passaremos/passamos por essa experiência e a naturalização dessas transformações é algo muito importante.
Ambos abrigavam imagens de ensaios fotográficos feitos para sensibilizar nosso olhar em relação ao corpo feminino, à diversidade de formas que ele pode ter, a todo tabu que o cerca, à desnaturalização de um suposto padrão que nos tentam impor, às restrições que nosso corpo sofre devido à sua objetificação.
O primeiro álbum tratava-se de um ensaio em que mulheres que passaram pela experiência da maternidade, mostravam seus corpos, marcados por essa vivência. Muitas de nós mulheres passaremos/passamos por essa experiência e a naturalização dessas transformações é algo muito importante.
O segundo álbum alvo de denúncias abrigava fotos de mulheres com seios à mostra, tendo como cenário a cidade de Nova York, onde não há qualquer lei que proíba mulheres de fazer topless nas ruas, apesar de não ser um hábito muito recorrente. A intenção do fotógrafo era "fazer com que as mulheres confrontassem seus sentimentos de vergonha e inadequação diante da nudez parcial", como disse o próprio.
.As duas iniciativas que apoiamos e divulgamos são muito condizentes com um dos nossos principais objetivos enquanto Coletivo de Mulheres, que é desnaturalizar toda forma de opressão machista. Não podemos desconsiderar que vivemos em uma sociedade na qual os homens ainda têm total liberdade para andar nas ruas sem camisa, enquanto as mulheres em diversos países (inclusive aqui no Brasil) poderiam até ser detidas por circularem pelas ruas sem a parte de cima do vestuário. Paralelamente a isso, o corpo de mulheres é "utilizado" (sendo objetificado) como atrativo em diversas campanhas publicitárias.
Esse post poderia terminar aqui, contudo, o esclarecimento do real motivo para a remoção da nossa página não foi a publicação de seios femininos. Não foi isso que incomodou àquelxs que denunciaram a página. O real incômodo foi com o nosso crescimento enquanto grupo político não só na UFRJ, mas como no Brasil inteiro! Foi o fato de não nos silenciarmos diante das violências machistas que sofremos e que sofrem nossas companheiras mulheres!
Pouco antes da remoção da página, nosso Coletivo foi citado no blog do menino da Veja, Rodrigo Constantino. Logo após, o link de nossa página parou nas mãos de machistas convictos que trataram de buscar algum deslize da página em relação às "Políticas do Facebook" para fazer com que a página fosse derrubada, o que têm ocorrido com diversas páginas feministas.
Esse post poderia terminar aqui, contudo, o esclarecimento do real motivo para a remoção da nossa página não foi a publicação de seios femininos. Não foi isso que incomodou àquelxs que denunciaram a página. O real incômodo foi com o nosso crescimento enquanto grupo político não só na UFRJ, mas como no Brasil inteiro! Foi o fato de não nos silenciarmos diante das violências machistas que sofremos e que sofrem nossas companheiras mulheres!
Pouco antes da remoção da página, nosso Coletivo foi citado no blog do menino da Veja, Rodrigo Constantino. Logo após, o link de nossa página parou nas mãos de machistas convictos que trataram de buscar algum deslize da página em relação às "Políticas do Facebook" para fazer com que a página fosse derrubada, o que têm ocorrido com diversas páginas feministas.
Esclarecido o ocorrido, só temos mais uma coisa a dizer: NÃO NOS CALARÃO!
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